“Me dá que é meu!” ou “Leva tudo!” ? – Dinheiro e propósito

Gandhi MOney

Se a questão “ser ou não ser” já floreou muita vidas e muito a vida. A questão mais comum atualmente é o ser ou ter. Mas, será que o ser é mesmo avesso ao ter e vice versa?

Me dedico a ser uma pessoa melhor, encontrar o sentido da minha vida e com isso servir da melhor forma o planeta e a humanidade? Ou me dedico a ter mais e melhores recursos pra desfrutar de uma vida de tranquilidade e prazeres com quem me é caro?

Dilemas típicos:

Profissão dos sonhos x carreira bem sucedida
Voluntario numa causa x executivo ganancioso

Como os copos e as regras os paradigmas servem para serem quebrados e os cacos reunidos de uma forma diferente provavelmente mais harmônica. Quebrar paradigmas é desafiante, transformar os cacos em um novo objeto é ainda mais, tanto que muitas pessoas ao quebrarem paradigmas passam a vida com os cacos a lhes machucar sem conseguir reciclar/ressignificar.

Isso quando a obra resultante não é um novo paradigma dicotômico. O que é provável,  mas não desejável. Temos a tendência de ver em preto e branco, como se o mundo fosse binário, onde tudo é 8 ou 80. Que tal darmos alguma atenção aos tons entre a combinação de todas as cores e ausência total de luz? E os números entre o 8 e o 80? E descobrir as infinitas possibilidades, inclusive a que se encaixa perfeitamente à nossa necessidade e desejo?

Há por toda parte pessoas em diferentes escalas entediadas com seus trabalhos, mas confortáveis financeiramente e com seu futuro “garantido” e há pessoas extasiadas com seus trabalhos criativos relacionados a sua missão de vida em situação financeira delicada e portanto futuro “incerto”. Claro que há alguns casos, um pouco mais raros, das pessoas que se dedicam à sua missão e que estão muito bem, obrigada!

Cada paradigma é pautado em outros paradigmas, então uma boa forma de quebrar um paradigma é ir na sua fonte, já que estremecendo a base fica mais fácil de ruir a estrutura. O paradigma que sustenta o ser ou ter é o paradigma da escassez, crença de que não há o suficiente para todos. Diante dessa crença 2 posturas são instintivas:

1.  Lutar para garantir o meu

ou

2. fugir dessa luta – e já que vai faltar para alguém deixo o meu para que sirva à quem poderia vir a sofrer ou morrer por essa falta.

Qual sua postura?

Quantas vezes você já vibrou com o gangster e/ou já chorou no filme biográfico de um dos mártires da humanidade?

Bem superficialmente falando podemos dizer que quem tem uma visão capitalista toma a postura número 1 e quem tem uma visão mais socialista  toma a postura número 2.

Em entrevista o sociólogo Italiano Domemico de Masi diz que o capitalismo é bom em gerar e seu desafio é repartir e o comunismo é bom em repartir e seu desafio é gerar.

Me parece que existem pessoas com as mesmas questões, pessoas que têm facilidade em gerar, mas com dificuldade em repartir e pessoas que distribuem com facilidade, mas com grande dificuldade em gerar. Ótimo, assim vamos assistindo ao redor e esclarecendo o que acontece em nossos porões, porões coletivos do inconsciente.

A disposição para identificar nossos  equívocos, aprender com eles e transformá-los contribuirá muito às nossa saúde financeira e à uma sociedade mais harmônica. Analisar os grandes dilemas sociais, sob a luminária de nossa cabeceira, direcionada ao nosso universo umbilical em muitos momentos poderá resolver de forma mais eficiente essas grandes questões. Resolver até mais do que o fogo cruzado de dedos em riste que como em toda guerra resulta apenas em perdedores – ou mortos ou feridos.

Janine Schmitz

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